Créditos: Luan Bastos |
Por Vinícius Remer
A cultura hip hop tem uma importância fundamental para as periferias do Distrito Federal. É a partir desse movimento que uma geração inteira expressa sentimentos e indignações contra uma sociedade extremamente discriminatória. Se em Brasília, na década de 1980, o rock foi a principal referência, nas quebradas do DF o rap tocou a vida de muitos jovens. Pensando na relevância dessa cultura, o deputado distrital Max Maciel protocolou um projeto para declarar o hip hop como patrimônio cultural imaterial do Distrito Federal.
Com mais de 30 anos de carreira, o rapper Japão, morador de Ceilândia/DF, é um dos grandes nomes do rap do Distrito Federal e do Brasil. O artista acredita que o hip hop transcende a simples manifestação cultural. “O hip hop sempre foi uma linha direta de formação sociocultural. A cultura hip hop é bem mais que uma expressão meramente artística, substitui, em vários momentos, as ações sociais oferecidas pelo Estado”, acrescenta o rapper.
O hip hop também foi fundamental na formação do deputado Max Maciel e uma das bandeiras do parlamentar é, justamente, a valorização dessa manifestação cultural. “O hip hop tem que estar inserido como um dos processos culturais do território e dialogar com uma parcela da juventude. Eu fui formado nessa escola (o hip hop) e quero que ela seja reconhecida na nossa cidade”, explica Max Maciel
O projeto prevê a criação da semana distrital do hip hop, a promoção de ações de divulgação, formação, rodas de conversa, capacitação e realização de debates ligadas às modalidades artísticas características da cultura hip hop do Distrito Federal. As escolas de rede pública de ensino e as unidades de internação de menores infratores poderão realizar atividades sobre a cultura hip hop, tal como oficinas, debates e aulas temáticas.